quinta-feira, 31 de março de 2011

POR QUE DEMORA PARA A BENÇÃO DE DEUS SE CUMPRIR

“E agora eis que o SENHOR me conservou em vida, como disse; quarenta e cinco anos são passados, desde que o SENHOR falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e agora
eis que hoje tenho já oitenta e cinco anos...” Josué 14.10.

Você já teve a sensação de que o relógio de Deus já se atrasou em relação a alguma necessidade sua? Você já foi enchido o coração pelo sentimento de que alguma coisa interrompeu a benção de Deus de lhe alcançar? Já dormiu e acordou com a sensação de que Deus esqueceu você dentro das trincheiras da luta, quase definhando e morrendo? Já se sentiu esmagado e abandonado em meio à conturbadas situações da vida?

Talvez você esteja vivendo exatamente alguma dessas situações aqui colocadas. E no meio dessas conjunturas extremamente desafiantes e muita das vezes massacrantes somos tomados de um sentimento de questionamento em relação à promessa e à palavra de Deus a nós dirigidas. E o que fazer?

Calebe viveu uma situação que eu diria muito mais complicada do que qualquer uma por nós vivida. Num dado momento da história, aos quarenta anos, está diante da realização de um sonho, sonho este que ele perseguiu com toda a força do seu corpo, com toda a inteireza do seu coração e com toda a sua alma, arriscando-se em lutas. Porém, quando está diante da realização, Deus diz que ainda não é o momento. E então, o que fazer? Depois de tanta luta e de tanta paciência, depois de deixar tanto de si no deserto por onde por vários anos andou, depara-se com uma palavra de Deus que lhe diz “Josué, meu filho ainda não é o tempo, ainda não é o momento das coisas acontecerem, ainda não é o momento da minha promessa se cumprir na tua vida”. O que fazer diante dessa situação?

Calebe continuou a sua caminhada e mostra-nos que a confiança em Deus é o princípio de uma vida de paz e felicidade. Confiança é ter consciência de que Deus sabe o que faz, como faz e quando faz. É aprender que, quando pensamos estar diante daquilo que achamos que é a solução e o fim, recebemos uma palavra divina mostrando-nos que o nosso tempo não é o tempo. Essa confiança o levou à perseverança, porque em momentos calamitosos o que faz a diferença é ter tranqüilidade para administrar a situação e lembrar que promessa foi feita e por quem foi feita. A bíblia diz que Deus não é homem e nem filho do homem para que se arrependa. O que disse é o que está dito e isso vai se cumprir possa demorar o tempo que for necessário, porque na pedagogia de Deus o que vale não é o tempo até que chegue ao cumprimento da promessa, mas o que se aprende durante o processo da caminhada de execução dela.

Temos que aprender com Calebe que nós fazemos parte do processo de execução da benção de Deus em nossas vidas. O tempo não importa a menos que durante ele sejamos ensinados. Deus quer agir a partir de nós. Isso muda a perspectiva quanto ao que queremos construir em nós mesmos, em nossa família, em nossa, igreja, em nossa sociedade. A visão toma outro rumo, a forma como nos relacionamos com os fatos da vida e os ecos que podem reverberar em nós terão outro sentido e serão interpretados como Deus quer que os interpretemos e a nossa atitude em relação à vida refletirá atos de uma pessoa que está amadurecendo em Deus. Esse é o desejo dEle para cada um de nós: o crescimento, o amadurecimento, a atitude certa em ocasiões que a vida nos exigir tal comportamento.
Foi isso que Deus fez com Calebe e com Josué. Calebe lembra: “tinha quarenta anos (vs 7)”. Quando recebe o cumprimento dessa mesma promessa, afirma: “e já agora tenho oitenta e cinco anos de idade (vs 10)”. Foram quarenta e cinco anos de espera, de
ensinamentos, de aprendizagem do que significa confiar em Deus e perseverar em segui-Lo. Calebe passou mais tempo na perseverança do que os próprios anos que tinha vivido quando recebeu a promessa. E em alguns momentos lamentamos porque
temos esperado uns dias, uns meses, ou talvez uns anos diante de uma situação que ainda não temos encontrado solução de Deus.
Calebe é a prova do ensinamento de que a promessa e a perseverança nos mantém vivos na batalha. Calebe expõe: “ainda estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força então, tal é ainda é agora, para a guerra, para sair e para entrar (vs 11). A força não se esgotou em meio às lutas, a força não se esgotou em meio às orações, a força não se esgotou quando perdeu uma batalha diante da cidade de Ai, por exemplo. Enfim, as forças não findaram em meio ao tempo e em meio ao tempo ainda não cumprido de Deus. Deus ensina que a benção não está no fim, mas no processo e que ela se constrói na conjuntura em que se está inserido; nele estão as vias que conduzirão à paz, ao cumprimento de uma
caminhada árdua, porém recompensadora.
Entre os quarenta e os oitenta e cinco anos está o estabelecimento de um caráter trabalhado, de um homem polido, de um guerreiro calejado, de um ser que viu a glória de Deus sendo manifesta principalmente na demonstração do Seu caráter, sendo fiel, autêntico e cumpridor da sua promessa.
Aprendamos, portanto:
1- O cumprimento da promessa de Deus
acontece no kairós (tempo de Deus).
2- Somos parte intrínseca do processo de
realização do propósito de Deus.
3- A promessa juntando-se à perseverança resulta na renovação do homem interior que nãotomba diante das lutas, mas redireciona-se sempre em busca do cumprimento do propósito de Deus.
Em Cristo, em quem recordar é ser
consciente da ação salvadora na minha vida.
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